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Montadoras param por coronavírus; mais de 100 mil estão em férias coletivas ou banco de horas

Por Redação em 21/03/2020 às 16:09:34

A indústria automobilística foi uma das primeiras áreas do setor industrial a se manifestar sobre o coronavírus. Quase todas as montadoras já anunciaram fechamento temporário de fábricas a partir de segunda-feira, 23, para tentar evitar a disseminação do vírus. Mais de 100 mil funcionários ficarão em casa por tempo indeterminado.

Até sexta-feira, 14 marcas que administram 35 unidades produtivas de veículos e motores em vários Estados informam a suspensão total da produção por períodos que variam de três semanas a um mês, que podem ser prorrogados, se necessário.

As negociações das paradas foram feitas com os sindicados de trabalhadores e envolvem, até agora, cerca de 104 mil funcionários, sendo uma parte pequena de filiais da Argentina. A maioria dos funcionários de chão de fábrica entrará em férias coletivas ou terá banco de horas para futura compensação. Os funcionários dos setores administrativos farão home office.

Só nesta sexta-feira, 20, confirmaram a dispensa dos funcionários da área de produção de todas as fábricas locais as empresas Toyota, Scania, Honda, BMW, FCA Fiat Chrysler, Renault, PSA Peugeot Citroën e MAN/Volkswagen Caminhões e Ônibus.

Ford, General Motors, Mercedes-Benz, Volkswagen e Volvo já tinham anunciado a parada total da produção. Entre as maiores montadoras, apenas a Nissan não decidiu pela parada total da fábrica no Rio de Janeiro. A montadora, no entanto, afirmou que reduziu os riscos com menos trabalhadores na fábrica, e deixando o setor administrativo em home office. "Mas estamos fazendo monitoramento constante para assegurar a saúde dos funcionários".

Os 500 funcionários da fábrica da CAOA Chery de Jacareí serão colocados em lay-off, ou seja, suspensão temporária de contratos. Após um dia de greve, a empresa voltou atrás e não demitirá 70 funcionárias, como informado na última quarta.

Autopeças

A paralisação das montadoras reflete nos fornecedores de peças e matéria-prima. Segundo o Sindicato Nacional das Indústrias e Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), o setor está acompanhando as montadoras e os impactos no mercado local e internacional.

"Não é possível, neste momento, fazer estimativas quanto aos efeitos da pandemia no setor, assim como na economia em geral", informou a entidade. Fornecedores ligados a outros segmentos estão se antecipando. A Pirelli vai suspender a produção de pneus nas três unidades locais a partir de segunda-feira. A Tupy já paralisou suas linhas na quinta.

O presidente da Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos da CUT de São Paulo, Luiz Carlos da Silva Dias, informa que tem se reunido constantemente com os sindicatos patronais, com o Sindipeças, e que na segunda-feira essas entidades vão apresentar propostas para enfrentar o momento de epidemia. O Estado concentra cerca de 190 mil metalúrgicos de vários setores, como autopeças e máquinas e equipamentos.

"As empresas estão preocupadas, pois várias têm compromissos e nem todas as montadoras vão parar", afirma Dias. "Elas também querem garantir acordos para o futuro, como outras alternativas caso a epidemia se prolongue e também formas de recuperar a produção."

Dias ressalta que, "o bom é que, até agora, nenhuma entidade patronal falou em demissões" e que a preocupação é buscar alternativas manter o quadro atual de trabalhadores.

* Com Estadão Conteúdo.

Fonte: JP

Tags:   Brasil
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