Organizadora de festa de luxo em iates no litoral de SP diz que Covid é 'marketing do Governo'

Por Redação em 19/09/2020 às 10:34:31
Comemoração reuniu dezenas de embarcações de luxo e aproximadamente 350 pessoas em Guarujá, no litoral paulista. Jovem comemorou seu aniversário em festa de luxo em iates em Guarujá

Reprodução/Instagram

A produtora de eventos Aline Ricci, de 24 anos, decidiu comemorar seu aniversário com uma festa em alto mar, mas não imaginava que a situação tomaria uma proporção tão grande. A comemoração, realizada em Guarujá, no litoral de São Paulo, acabou reunindo dezenas de embarcações de luxo e aproximadamente 350 pessoas, logo após a Baixada Santista registrar aumento de casos e mortes por Covid-19.

O evento ocorreu na tarde de quinta-feira (17), no Canto do Tortuga, localizado no bairro Enseada, desrespeitando medidas de prevenção ao novo coronavírus, como o uso obrigatório de máscaras de proteção e distanciamento social. Além de lanchas, iates e motos aquáticas, ao menos duas escunas foram vistas na festa, com dezenas de pessoas em cada uma delas.

Em entrevista ao G1, Aline revelou que decidiu celebrar seu aniversário com alguns amigos que possuem embarcações. De acordo com ela, foi criado um grupo em um aplicativo de mensagens para explicar sobre a necessidade de respeitar as normas impostas pelas autoridades de saúde. Porém, um colega decidiu levar uma escuna e a situação acabou saindo do controle.

"Ele me disse que levaria apenas 50 pessoas e que respeitaria as normas direitinho. A minha parte eu fiz. No meu barco cabiam 28 pessoas e tinham apenas 12. No dia, todo mundo queria se reunir para ir junto de São Paulo até o Guarujá, mas eu falei para cada um ir sozinho, tanto que fui de helicóptero. Sobre as máscaras, quando estamos comendo e bebendo em bares e restaurantes não precisamos usar. Então, como estávamos em pessoas que tem convívio, não usamos".

Dezenas de barcos foram flagrados em festa no mar em Guarujá, SP

Reprodução/ Jimmi Drone Guarujá

A jovem relata que, diferente do que circulou nas redes sociais, ela estava organizando apenas sua festa de aniversário, não um grande evento lucrativo. Porém, a comemoração acabou tomando grandes proporções, que fugiram do seu alcance.

"Se as pessoas não estavam respeitando, eu já não posso fazer nada. Estava ali para curtir meu aniversário, não para cuidar dos outros. Organizei um evento para cada um ficar na sua lancha, respeitando as normas. Não fui responsável por isso, nem pelas pessoas que estavam na areia. A parte da escuna foi responsabilidade de outra pessoa, que aproveitou o meu evento".

Coronavírus

Para a produtora de eventos, a pandemia é algo inventado, pois o coronavírus se trata de uma gripe. Ela garante que, em seis meses de quarentena, não conheceu ninguém que tenha morrido da doença. "A questão das mortes é política. Tudo o que está acontecendo, para mim, é marketing do Governo. Se fosse algo tão sério, tão avassalador, vários artistas teriam morrido. Isso é um exagero".

De acordo com a jovem, as unidades de saúde têm tratado todos os casos como se fossem coronavírus. Ela ainda desabafa e discorda com a repercussão que a sua festa tomou nas redes sociais. "Abrir cinema no Rio de Janeiro é normal. O metrô lotado é normal. As praias da Baixada Santista ficam lotadas e ninguém fala nada. Isso é muito hipócrita. Só porque as pessoas de classe média alta estavam se divertindo".

Por fim, Aline garante que não teve nenhuma maldade na hora de marcar sua festa de aniversário, justamente por se tratar de um lugar aberto que, segundo ela, não prejudicaria ninguém na Cidade. "Não fiz em uma balada fechada, cheia de gente. Iríamos só chegar com nossos barcos e ficar lá. Acham que eu fui a responsável, mas cada um é responsável pelos seus atos. A minha parte eu fiz. Tive uma ideia, que acabou saindo do controle".

Drone mostra festa com mais de 50 barcos de luxo em meio a pandemia no litoral de SP

Prefeitura

Em entrevista ao G1, a diretora da Força-Tarefa e Contenção de Invasões de Guarujá, Ana Valeria de Amorim da Silva, afirma que a fiscalização pontuou pelo menos sete decretos municipais que foram desrespeitados no local.

Segundo ela, assim que a fiscalização recebeu o chamado e chegou ao local para atender à ocorrência, encontrou uma enorme desordem na faixa de areia da Praia da Enseada. Na cidade de Guarujá, a permanência na orla só é permitida para práticas esportivas individuais, como caminhada.

Mais de 20 bicicletas foram apreendidas pela GCM por estarem de forma irregular naquela região, e uma carreta, de propriedade de um dos participantes da festa, foi multada por estar estacionada na faixa de pedestres no calçadão, próximo ao evento.

Imagens mostram dezenas de embarcações em festa irregular em Guarujá

Já nas embarcações, além do descumprimento do decreto que obriga o uso de máscaras de proteção, os tripulantes das lanchas vistoriadas também excederam os 40% de ocupação permitida pela legislação municipal, causando aglomeração.

Além disso, quatro embarcações eram locadas, sendo que há legislação vigente no município que proíbe essa prática. A marina responsável pelos barcos já foi identificada pela fiscalização da administração municipal e multada.

Um participante da festa foi autuado, ainda, por estar trafegando na área reservada ao lazer náutico de banhistas após as 19h. O horário permitido é, de acordo com a legislação, das 9h às 19h.

Por fim, o evento foi organizado e divulgado sem autorização da prefeitura, ferindo novamente a legislação municipal. Os organizadores da festa ainda estão sendo procurados para prestar esclarecimentos e serem autuados pela infração, podendo responder por desordem pública.

Fonte: G1

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