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Estudante registra denúncia de calúnia e injúria racial contra mercado em Uberlândia

Por Redação em 12/09/2020 às 20:27:21
Jovem disse que funcionário do local não o deixou sair após ser confundido com um assaltante. Mercadinho Umuarama publicou uma nota de esclarecimento. Márcio Henrique de Jesus denunciou mercado de Uberlândia

Reprodução/TV Integração

Um estudante, de 22 anos, registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil após se sentir vítima de injúria racial e calúnia em um mercado de Uberlândia. Após o fato, o rapaz postou um desabafo nas redes sociais e entrou com duas ações na Justiça; o estabelecimento divulgou uma nota sobre o caso (veja íntegra abaixo).

Márcio Henrique de Jesus Oliveira disse que esteve no Mercadinho Umuarama, no dia 31 de agosto, para comprar carne. Ao se dirigir até o caixa para fazer o pagamento, um funcionário o abordou e acusou de ter furtado o estabelecimento no mesmo dia, durante a manhã.

Na versão do estudante, os funcionários o compararam com o criminoso usando o termo "foi esse escurinho de camiseta azul".

Ele disse também que foi apontado como suspeito somente por causa da cor da pele e impedido de deixar o local até que os funcionários examinassem câmeras de segurança para confirmar o caso.

"Por mais que passei por tudo isso, me sinto com o dever cumprido por não ter abaixado a cabeça nesta situação", disse.

No dia do fato, a Polícia Militar foi acionada no local e registrou uma ocorrência. No dia seguinte, o rapaz fez outro boletim na Polícia Civil e disse que, no registro da PM, foi citada somente a versão dos responsáveis pelo estabelecimento.

"Ele colocou no boletim que só tinha me parado e pedido de maneira dócil para eu esperar. Mas não, ele não me deixou ir para o caixa. Tudo foi filmado, basta conferir", desabafou o estudante.

Sobre a denúncia em relação a postura da polícia, a 9ª Regional da PM disse que não foi informada oficialmente do fato e que o jovem pode formalizar no site da ouvidoria ou pelo telefone 181.

Estudante fala sobre denúncia feita contra mercado em Uberlândia

Boletim da PM

Conforme relato do proprietário do Mercadinho Umuarama para a Polícia Militar, o funcionário em momento algum proibiu o jovem de entrar ou sair do local. Somente pediu que ele aguardasse uma verificação no sistema de videomonitoramento.

E que diante da situação, o rapaz alterou a voz e gesticular que o motivo era pela cor da pele. Ainda segundo a PM, o dono do local apresentou imagens do criminoso e as características eram semelhantes.

Ação na Justiça

Marcos Rodolfo Araújo Sá é advogado de defesa do estudante e disse à TV Integração que vai mover duas ações na Justiça.

"A primeira ação é na esfera cível, vamos cobrar os danos morais. A outra é na esfera criminal e o réu será o segurança que praticou atos de injúria", disse.

Nota Mercadinho Umuarama Uberlândia

Reprodução/Instagram

Nota do Mercado

Pelas redes sociais, o mercado publicou um comunicado sobre a situação. Confira na íntegra.

"O Mercadinho Umuarama existe há 27 anos. Se a intolerância fizesse parte de nossos valores, com certeza seria tempo suficiente para colecionarmos inúmeros casos que confirmassem isto.

O fato que está sendo divulgado, se ocorrido, é triste, é lamentável. E nós não seremos coniventes, ainda que represente um suposto ato isolado de alguém provocado sem nosso consentimento, e, obviamente, sem qualquer orientação de nossa parte para tal.

Somos um comércio local, que vem atendendo a comunidade do bairro e região nestas 3 décadas. Em nossa porta já entraram milhares, pra não dizer milhões, de pessoas diferentes.

Não condenamos quem se posiciona nas redes sociais contra atos preconceituosos, muito pelo contrário, estamos aqui para nos posicionar igualmente contra. Só se vence esta questão histórica combatendo-a de frente e com coragem. Pedimos apenas que a indignação de todos seja contra atos e fatos, e não contra aqueles que não teriam participação ou controle sobre algo supostamente causado por um terceiro, o que não nos impede de tomar atitudes para que isso não aconteça no interior de nossa loja.

Acredite, nossa família não mantém este comércio para expor clientes a situações desagradáveis e nem as muitas outras famílias que trabalham aqui. Então, ao invés de se calar ou passar pano, colaboraremos para a elucidação desta história."

Fonte: G1

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