Leonardo Marujo, de 18 anos, faz ilustrações das espécies desde criança; tempo é dividido com os estudos para garantir uma vaga na faculdade de biologia. As ilustrações são feitas com grafite, lápis de cor ou até com aquarela.
Leonardo Marujo/Arquivo Pessoal
Enquanto algumas crianças sonham em ser astronauta ou cientista, o carioca Leonardo Silva Marujo, hoje com 18 anos, desde pequeno já sabia com o que queria trabalhar: sonhava em ser biólogo.
"Com 10 anos de idade, um dia na casa de uma tia vi um passarinho amarelo e fiquei curioso. Ela me contou que era um canário e eu passei horas observando a ave, totalmente fascinado. Descobri ali que era aquilo que eu amava e iria trabalhar futuramente", conta Leonardo.
O carioca que agora mora em Minas Gerais sai constantemente atrás de novos flagrantes.
Leonardo Marujo/Arquivo Pessoal
As saídas para passarinhar se tornaram constantes em todas as viagens de família e o conhecimento e admiração por esses animais só aumentou.
Como ainda era bem novo e não fotografava, Leonardo conta que começou a desenhar as espécies : "Ganhei livros de identificação de aves e me encantei pelas ilustrações. Fui estudando cada vez mais sobre a avifauna e decidi começar a desenhar também. Todo o meu tempo livre era usado com alguma coisa que tinha a ver com aves e até hoje em dia é assim".
Leonardo sonha em ver de perto o uirapuru, ave lenda da Amazônia e quem sabe um dia conseguir encontrar o tietê-de-coroa, espécie avistada pela última vez há mais de 20 anos, em Teresópolis (RJ).
Desde os 10 anos de idade, o jovem Leonardo Marujo sonha em se tornar biólogo.
Leonardo Marujo/Arquivo Pessoal
Há cerca de três anos, ainda no Rio de Janeiro, Leonardo criou um projeto para identificar as aves que frequentavam a escola em que ele estudava e foi assim que o jovem se aproximou do laboratório de Ornitologia do Museu Nacional, que é veiculado com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
"Comecei a frequentar o museu toda semana e fui chamado para participar de um processo de seleção. Passei e consegui virar estagiário. Foi a parte que faltava, já que me permitiu unir meu hobby com todo conhecimento mais científico e técnico", conta.
Leonardo começou a desenhar aves ainda jovem quando imitava livros com ilustrações da fauna brasileira.
Leonardo Marujo/Arquivo Pessoal
Depois de seis meses, Leonardo se mudou com a família para Belo Horizonte, mas logo conseguiu outro estágio na área na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ao mesmo tempo, o pai dele encontrou uma câmera antiga e deu a ideia do jovem começar a fotografar.
Nunca tive binóculo e nem câmera, então foi uma novidade começar fotografar. É um desafio, porque é tudo manual e o equipamento não é tão bom, por isso muitas vezes perco oportunidades de fotos boas e acabo me sentindo deslocado de outros "passarinheiros", mas estou aprendendo e tentando sempre melhorar.
Os beija-flor-de-gravata-verde é uma das duas únicas espécies de aves endêmicas do Cerrado brasileiro que estão restritas aos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço
Leonardo Marujo/Arquivo Pessoal
Os registros favoritos são de um casal de arara-canindé fotografado em Goiás e de um beija-flor-de-gravata-verde. "Era meu sonho ver a arara então foi muito emocionante para mim. Já a espécie de beija-flor é uma espécie endêmica de uma região mineira e fiquei horas tentando uma foto com foco, o que pode ser bem desafiador com lente manual", conta.
Registro de um casal de arara-canindé é um dos preferidos do jovem Leonardo Marujo.
Leonardo Marujo/Arquivo Pessoal
Enquanto melhora as técnicas de fotografia, Leonardo divide o tempo com os estudos, afinal o objetivo é ter uma boa nota no Enem deste ano para conseguir fazer o tão sonhado curso de biologia. Além disso, o jovem continua a se dedicar às ilustrações e, recentemente, trocou o lápis de cor pela aquarela.
O jovem sonha em criar ilustrações para um guia de aves de Minas Gerais e mais futuramente do Brasil.
Leonardo Marujo/Arquivo Pessoal
Se tudo ocorrer como o esperado as aves vão estar sempre presentes na vida dele. "Parece clichê, mas é a minha vida e eu sempre soube que seria biólogo. Sonho em criar guias de aves aqui do estado e quem sabe um dia do Brasil. Por que não, né?", finaliza.