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STF tem maioria de votos para condenar e cassar Zambelli

Por Redação em 25/03/2025 às 07:20:01
O Supremo Tribunal Federal formou maioria de votos para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 5 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. A anĂĄlise ocorre no plenĂĄrio virtual do STF.

A maioria da Corte também se posicionou a favor da cassação do mandato de Zambelli como consequĂȘncia da condenação, mas isso só ocorreria quando o processo for encerrado, esgotadas as chances de recurso.

O julgamento, no entanto, estĂĄ suspenso por um pedido de vista do ministro Nunes Marques, que terĂĄ até 90 dias para analisar o caso.

Mesmo com o pedido de vista, a maioria foi formada com o ministro Dias Toffoli, que antecipou seu voto. Ontem, o ministro Cristiano Zanin jĂĄ havia feito o mesmo.

O placar agora é de 6 votos a zero pela condenação. Votaram nesse sentido Gilmar Mendes (relator do caso), CĂĄrmen LĂșcia, Alexandre de Moraes, FlĂĄvio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli.

Zambelli é ré no STF por ter, na véspera do segundo turno das eleições de 2022, ter sacado uma arma e apontado para um homem no meio da rua nos Jardins, ĂĄrea nobre de São Paulo. Ele era apoiador do então candidato Luiz InĂĄcio Lula da Silva. A Procuradoria-Geral da RepĂșblica denunciou a deputada.

Voto do relator

A maioria da Corte seguiu o voto do relator, Gilmar Mendes, que apontou "elevado grau de reprovabilidade" na conduta da deputada, que perseguiu um homem desarmado e de corrente adversĂĄria, na véspera da eleição, após troca de insultos recĂ­procos.

O relator votou para:

declarar a perda do mandato da parlamentar;

cassar definitivamente a autorização de porte de arma de fogo da deputada;

e enviar a arma apreendida ao Comando do Exército.

Segundo Mendes, as prerrogativas asseguradas aos deputados correspondem aos deveres de agir rigorosamente dentro dos marcos legais que vinculam a atuação dos agentes pĂșblicos.

"As circunstâncias do crime são graves e justificam a ponderação negativa da variĂĄvel. A acusada adentrou estabelecimento comercial em perseguição ao ofendido, após sacar a arma de fogo, gerando inequĂ­voco perigo concreto aos frequentadores do local, que acentua a reprovabilidade da conduta".

Para o ministro, "ainda que a vĂ­tima tivesse iniciado a discussão e ofendido a honra da ré, a resposta consistente em constrangĂȘ-la com uma arma não pode ser considerada legĂ­tima. A legislação penal prevĂȘ mecanismos especĂ­ficos para lidar com crimes contra a honra e ameaças e não legitima qualquer forma de retaliação armada".

Voto de Alexandre de Moraes e CĂĄrmen LĂșcia

O ministro Alexandre de Moraes disse que "a robustez da acusação é reforçada pelos depoimentos colhidos nos autos, que descrevem a clara submissão da vĂ­tima a uma situação de intimidação armada, caracterizando o constrangimento ilegal".

A ministra CĂĄrmen LĂșcia afirmou que "as provas colhidas demonstram que a denunciada constrangeu Luan AraĂșjo, mediante grave ameaça exercida com arma de fogo, a não exercer a sua liberdade de ir e vir".

"A ação da ré configura conduta tĂ­pica, ilĂ­cita e culpĂĄvel, o que leva à sua condenação quanto ao crime de constrangimento ilegal, com a causa de aumento decorrente do emprego de arma de fogo, nos termos da denĂșncia e das provas produzidas nesta ação penal".

Voto de Dino

No voto, Dino afirmou que é "uma contradição insanĂĄvel que um representante polĂ­tico ameace gravemente um representado, como se estivesse acima do cidadão ao ponto de sujeitĂĄ-lo com uma arma de fogo, em risco objetivo de perder a sua vida".

Para o ministro, a Constituição Federal exige dos agentes pĂșblicos uma conduta pautada em valores essenciais, como a honestidade, o respeito à vida do próximo, a prudĂȘncia e o compromisso com o interesse pĂșblico.

"A legitimidade do poder polĂ­tico decorre do rigoroso respeito às normas jurĂ­dicas e éticas, impondo-se, portanto, que todo agente exerça suas funções de forma a afastar condutas lesivas ao bem coletivo, sob pena de abalar a confiança legitimamente depositada pela sociedade".

Os ministros Cristiano Zanin e Dias Toffoli anteciparam os votos, mas não liberaram a integra no sistema eletrônico.

O que diz a defesa de Zambelli

Em nota divulgada ontem, os advogados de Zambelli afirmaram que veem "com esperança" o pedido de vista.


"A defesa da Deputada Carla Zambelli vĂȘ com esperança o pedido de vistas do ministro Kassio Nunes, esperando que tanto S.Excia, como os demais Ministros que irão votar possam examinar minuciosamente o processo e constatar, como exposto nos memoriais encaminhados, que não pode prevalecer o voto condenatório proferido pelo Eminente Ministro Relator", diz o pronunciamento.

Fonte: G1

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