A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai dedicar trĂȘs sessões, entre terça (25) e quarta-feira (26), para decidir se aceita denĂșncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022.
Segundo a Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR), essas pessoas fazem parte do "nĂșcleo crucial" da organização criminosa. Integram esse grupo:
Jair Bolsonaro, ex-presidente;
Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da AgĂȘncia Brasileira de InteligĂȘncia (Abin);
Almir Garnier Santos; ex-comandante da Marinha do Brasil;
Anderson Torres; ex-ministro da Justiça e ex-secretĂĄrio de Segurança PĂșblica do Distrito Federal;
General Augusto Heleno; ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da PresidĂȘncia;
Mauro Cid; ex-chefe da Ajudância de Ordens da PresidĂȘncia;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Os cinco ministros da Primeira Turma vão decidir se recebem ou não a denĂșncia contra Bolsonaro e os sete aliados. Os oito são acusados de terem cometido cinco crimes:
golpe de Estado
abolição violenta do Estado DemocrĂĄtico de Direito
organização criminosa armada
dano qualificado
e deterioração de patrimônio tombado.
Se for rejeitada, a acusação serĂĄ arquivada. Se a acusação for aceita pela Primeira Turma, serĂĄ aberta uma ação penal e os denunciados vão se tornar réus no tribunal.
O passo a passo
Veja em tópicos como serĂĄ a anĂĄlise da denĂșncia contra Bolsonaro e os aliados.
a primeira sessão serĂĄ aberta pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin;
na sequĂȘncia, serĂĄ lido o relatório pelo ministro Alexandre de Moraes. O documento reĂșne informações sobre o andamento das investigações;
autora da denĂșncia, a PGR deve apresentar suas considerações sobre o caso. A chamada sustentação oral terĂĄ 30 minutos de duração e serĂĄ feita pelo procurador-geral, Paulo Gonet.
Os advogados dos acusados vão apresentar seus argumentos. Cada representante terĂĄ 15 minutos, em ordem a ser definida pelo presidente da Turma, Cristiano Zanin;
o relator, Alexandre de Moraes, começa a votar sobre as chamadas questões preliminares – são questionamentos processuais levantados pela defesa, como competĂȘncia do colegiado para julgamento, por exemplo);
os outros quatro ministros da Turma votam sobre as preliminares. Apresentam seus votos nesta ordem: FlĂĄvio Dino, Luiz Fux, CĂĄrmen LĂșcia e Cristiano Zanin, que preside o colegiado.
o relator, então, analisa o mérito da denĂșncia, ou seja, se manifesta diretamente sobre o pedido de abertura de ação penal;
os demais ministros votam no mérito. Apresentam seus votos nesta ordem: FlĂĄvio Dino, Luiz Fux, CĂĄrmen LĂșcia e Cristiano Zanin.
Próximas etapas
Da decisão dos ministros, cabe recurso à própria Turma. São possĂveis, por exemplo, os embargos de declaração, que buscam esclarecer pontos obscuros e contraditórios ou apontar eventuais omissões ou, até mesmo, erros na decisão.
Se for aberta a ação penal, o grupo vai responder a um processo no STF. O próximo passo é a abertura da fase de instrução processual, quando são colhidas as provas e depoimentos de testemunhas e acusados.
Encerrada esta etapa, serĂĄ realizado outro julgamento: desta vez, os ministros vão decidir se os envolvidos são considerados culpados ou inocentes. Se forem inocentados, o processo serĂĄ arquivado.
Se forem condenados, terão fixadas penas de forma individual, a depender da participação de cada um nas ações ilegais.