O PT até criticou a decisão do Banco Central de subir a taxa de juros nesta quarta-feira (19) e pediu uma mudança urgente na polĂtica monetĂĄria – a posição foi expressada pelo lĂder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ).
No entanto, ele e outros governistas, como os lĂderes José Guimarães (PT-CE) e Randolfe Rodrigues (PT-AP), voltaram a dizer que a alta de juros é herança da administração de Campos Netto – e que é preciso ter paciĂȘncia com a nova direção do Banco Central comandada por Gabriel GalĂpolo, indicado por Lula.
Enquanto isso, a oposição não perdeu tempo e bateu pesado em um tema sobre o qual não costuma se manifestar.
Em nota, o lĂder da oposição, deputado Luciano Zucco (PL-RS) manifestou uma preocupação não muito comum nas falas da oposição: o efeito da alta dos juros sobre o trabalhador brasileiro, tornando o crédito mais caro, dificultando o acesso a financiamentos e reduzindo o consumo. O que, ainda segundo o lĂder, pode levar a mais desemprego e desaceleração econômica.
O deputado ironizou ainda ao dizer que Lula sempre culpou Campos Neto mas, agora, não tem mais esse ĂĄlibi, ficando evidente que os problemas do paĂs são consequĂȘncia de uma polĂtica econômica equivocada e uma completa falta de responsabilidade.
Economia vira foco da oposição
A manifestação deixa claro que a oposição mudou sua tĂĄtica. JĂĄ não explora tanto a agenda de costumes, e opta agora por pegar pesado nas crĂticas à inflação de alimentos e aos juros.
Afinal, o principal desgaste para a imagem de Lula neste momento vem da economia.
A inflação alta de alimentos é apontada pelos brasileiros como um dos principais problemas do paĂs neste momento. E a taxa de juros em alta vai levar a uma desaceleração da economia.
LĂderes bolsonaristas dizem que a ordem é atacar Lula pelos efeitos negativos na economia, o que rende mais em desgaste do petista do que a agenda de costumes.
A Ășnica notĂcia positiva ontem para os governistas foi a sinalização do Banco Central de que vai reduzir a magnitude do aumento da taxa Selic na próxima reunião, indicando que, em breve, deve parar de subir os juros.