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Quem Ă© Bashar al-Assad, lĂ­der sĂ­rio que fugiu de Damasco

Por Redação em 08/12/2024 às 12:00:09

O presidente Bashar al-Assad governou a SĂ­ria durante 24 anos. O Observatório Sirio para os Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede no Reino Unido que monitora a guerra, informou neste domingo (8) que Assad fugiu do paĂ­s depois que os rebeldes entraram na capital Damasco.

Sua fuga não significa apenas o fim de seu poder, mas de toda sua famĂ­lia. Assad assumiu o controle do paĂ­s em 2000, sucedendo seu pai, que governava desde 1971. Assad conseguiu recuperar o controle de grande parte da SĂ­ria na guerra civil que começou em 2011, depois de enfrentar grandes protestos que exigiam a sua queda e uma rebelião armada que seu regime praticamente esmagou.

Durante anos, o lĂ­der sĂ­rio confiou em suas alianças com a RĂșssia, o Irã e o movimento libanĂȘs Hezbollah para permanecer no poder. E enquanto comandava uma guerra implacĂĄvel de sobrevivĂȘncia para seu governo, ele se apresentava ao povo e ao mundo como o Ășnico lĂ­der viĂĄvel diante da ameaça extremista na SĂ­ria. Em 27 de novembro, no entanto, começou a ofensiva relâmpago dos islamistas, que rapidamente conquistou vĂĄrias cidades no noroeste e centro do paĂ­s, até então controladas pelo regime de Assad.

Os rebeldes, liderados pelo grupo islamista Hayat Tahrir al Sham (HTS), anunciaram neste domingo sua entrada em Damasco. "O tirano" Assad "fugiu", afirmou a aliança de grupos rebeldes. A RĂșssia, por sua vez, anunciou que o presidente "renunciou" e deixou o paĂ­s, sem revelar seu destino.

Sem oposição

Durante anos, Assad se apresentou como o protetor das minorias sĂ­rias, baluarte contra o extremismo e Ășnico provedor possĂ­vel de estabilidade para um paĂ­s devastado pela guerra. Nas vĂĄrias eleições organizadas ao longo dos anos, ele sempre recebeu a maioria esmagadora dos votos. As votações, realizadas apenas em territórios controlados pelo governo, foram consideradas irregulares pelas potĂȘncias ocidentais e grupos de direitos humanos.

Bashar al-Assad, um oftalmologista formado no Reino Unido, viu seu destino mudar com a morte, em um acidente de trânsito em Damasco em 1994, de Basel, seu irmão mais velho, que seria o "herdeiro polĂ­tico" do pai. Ele foi então forçado a deixar Londres, onde conheceu sua esposa Asma, uma sĂ­rio-britânica que trabalhava na "City" para JP Morgan.

Assad fez um curso militar antes de se iniciar nos assuntos polĂ­ticos com seu pai, lĂ­der do partido Baath, que impôs um regime hermético no paĂ­s, no qual a menor suspeita de dissidĂȘncia poderia levar à prisão ou a algo pior. Após a morte do pai Hafez al-Assad em 2000, Bashar al-Assad o sucedeu com um referendo celebrado sem a participação da oposição. Foi reeleito para um segundo mandato em 2007.

Então, com apenas 34 anos, representou uma figura reformista para iniciar a liberalização econômica e uma relativa abertura polĂ­tica do paĂ­s. Começou injetando uma tĂ­mida dose de liberdade, mas a "Primavera de Damasco" teve vida curta. Os opositores foram rapidamente silenciados e presos.

Uma revolta pacĂ­fica e pró-democracia contra Assad em 2011, durante a Primavera Árabe, se transformou em uma guerra civil em grande escala que devastou o paĂ­s e atraiu potĂȘncias regionais e mundiais. Assad ordenou a violenta repressão aos protestos de rua contra seu regime. A repressão provocou grande pressão internacional para que ele deixasse o poder, e o caos que tomou a SĂ­ria durante a guerra civil ameaçou a sobrevivĂȘncia de seu regime.

A guerra deixou mais de 500.000 mortos e provocou o deslocamento de metade da população. Mas a posição de Assad sobre os manifestantes e a oposição não mudou. Para a população sĂ­ria e o mundo, Assad, pai de dois meninos e uma menina, justificou os bombardeios e as campanhas militares como uma guerra contra os "terroristas".

Publicado por Luisa Cardoso
*Com informações da AFP

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