O secretĂĄrio-geral da ONU, António Guterres, condenou nesta quarta-feira (2) de maneira inequĂvoca o lançamento de mĂsseis balĂsticos pelo Irã contra Israel, ressaltando que essas ações "nada fazem para apoiar a causa do povo palestino ou aliviar seu sofrimento". As palavras de Guterres perante o Conselho de Segurança, reunido em carĂĄter de urgĂȘncia para discutir a situação no LĂbano, são as primeiras que pronuncia depois de Israel tĂȘ-lo declarado "persona non grata" horas antes e ter proibido sua entrada ao paĂs, alegando que não havia condenado inequivocamente o ataque iraniano no dia anterior.
Até agora, Guterres não disse nada de concreto sobre a decisão de Israel, nem é provĂĄvel que o faça. Guterres começou seu discurso perante o Conselho lamentando que "o terrĂvel incĂȘndio no Oriente Médio esteja se transformando em um inferno", recordando que hĂĄ uma semana jĂĄ havia alertado contra a escalada de violĂȘncia na região.
Nesse sentido, lembrou que os ataques da milĂcia terrorista libanesa Hezbollah e do Exército israelense violam vĂĄrias resoluções da ONU, e insistiu que a integridade territorial do LĂbano deve ser respeitada por Israel, enquanto o governo libanĂȘs "deve ter o controle total das armas no sul do paĂs", em referĂȘncia ao arsenal do Hezbollah.
O secretĂĄrio-geral enumerou os Ășltimos ataques e represĂĄlias que Israel, o Hezbollah e o Irã trocaram e comentou que "cada escalada serviu de pretexto para a seguinte". "Não podemos perder de vista o terrĂvel preço que este conflito estĂĄ causando aos civis, nem podemos olhar para o outro lado diante das violações sistemĂĄticas do direito humanitĂĄrio internacional", disse o secretĂĄrio-geral.
"Este ciclo mortal de violĂȘncia mĂștua deve acabar. O tempo estĂĄ se esgotando", advertiu. Não se espera que nenhuma nova resolução sobre o LĂbano seja aprovada nesta sessão do Conselho, uma vez que a resolução 1706 de 2006 – violada incontĂĄveis vezes – deveria ser suficiente, como lembrou ontem o atual presidente do Conselho de Segurança, o suĂço Pascale Baeriswyl.
Fonte: JP