A Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) defendeu nesta quinta-feira (5) que a PolĂcia Federal (PF) realize uma perĂcia para avaliar se é verdadeira a explicação do X de que investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) teriam usado uma falha técnica para acessar a plataforma mesmo após bloqueios.
Em abril, a PF afirmou que o X tem implementado os bloqueios de contas determinados pela Justiça brasileira, mas permite que investigados continuem usando sua plataforma para transmissões ao vivo, e autoriza que usuĂĄrios brasileiros interajam com os perfis retirados do ar.
O X estĂĄ suspenso em abril desde 30 de agosto, por decisão do STF, por se recusar a cumprir uma série de ordens judiciais emitidas pela Justiça brasileira. Entre elas, o bloqueio de contas, o pagamento de multas e a determinação de um representante legal no paĂs.
Essa suspensão foi determinada em desdobramento da investigação de casos de postagens contra as instituições democrĂĄticas. A solicitação da PGR, no entanto, ocorre no âmbito de outro inquérito, que investiga o dono da plataforma, o bilionĂĄrio sul-africano Elon Musk.
No relatório, a PolĂcia Federal apontou ainda que houve uma reorganização da suposta milicia digital investigada pelo Supremo para atuar de forma internacional e tentar escapar da Justiça.
Sendo que "as postagens realizadas fora do paĂs, incitando seus seguidores e atacando os poderes constituĂdos (STF, TSE e Senado) demonstram que os investigados nunca cessaram suas condutas criminosas".
Na época, a defesa do X Brasil afirmou que investigados pelo Supremo buscaram "contornar" restrições impostas usando funcionalidades da plataforma, mas que determinou o bloqueio da ferramenta Spaces para usuĂĄrios brasileiros para garantir a proibição.
Após a resposta da plataforma, o procurador-geral da RepĂșblica, Paulo Gonet, enviou um ofĂcio solicitando os autos da investigação para que a perĂcia da PF possa examinar os "esclarecimentos prestados pelo X" e avaliar se eles são, de fato, verĂdicos.
X fala em 'casos excepcionais'
Segundo o X, o relatório da PF tratou de casos pontuais, e os investigados usaram ferramentas para driblar a ordem judicial.
"Casos absolutamente excepcionais em que usuĂĄrios que tiveram suas contas bloqueadas, procuraram utilizar funcionalidades da plataforma X para contornar as restrições impostas", diz o documento enviado pela rede social.
De acordo com a plataforma, "a utilização de 'Spaces' por intermédio de terceiros é um reflexo claro da adaptabilidade e persistĂȘncia dos usuĂĄrios investigados em desafiar as medidas de segurança aplicadas pelas Operadoras do X em estrita observância às determinações judiciais recebidas".
Os advogados também afirmaram que "as Operadoras do X, tão logo cientes do uso articulado da funcionalidade 'Spaces' pelos usuĂĄrios investigados, agiram prontamente para bloquear a possibilidade de seu acesso".
"Além disso, conforme informações obtidas junto às Operadoras do X, foi implementado o bloqueio da funcionalidade 'Spaces' para usuĂĄrios brasileiros quando os usuĂĄrios bloqueados estiverem falando", argumentou a plataforma.
A PGR, então, solicitou a manifestação da ĂĄrea técnica da PF para confirmar se os argumentos são verĂdicos.