A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (4) que o Brasil pode perder o Pantanal por completo, até o fim deste século, se o mundo não for capaz de reverter o cenĂĄrio de aquecimento global.
Marina participou de uma sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado nesta quarta para falar sobre as queimadas e a estiagem prolongada que atinge a maior parte do paĂs – com prejuĂzo maior ao Pantanal e à Amazônia.
A ministra disse ainda que o esforço do governo federal no enfrentamento às queimadas e à seca histórica no paĂs é para "empatar o jogo" – ou seja, para mitigar os danos e reverter o que ela chama de "condições muito desfavorĂĄveis".
Segundo Marina, o trabalho feito pelo governo desde janeiro de 2023 evitou uma "situação completamente incontrolĂĄvel".
"Eu diria que o esforço que estĂĄ sendo feito nesse momento é de tentar 'empatar o jogo', com essas condições totalmente desfavorĂĄveis", disse Marina.
Queimadas e seca
Em agosto, o Brasil registrou o maior nĂșmero de focos de queimadas desde 2010. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram 68.635 registros. De acordo com o Inpe, mais de 80% desses focos ocorreram na Amazônia e no Cerrado.
A marca é a quinta pior, desde o inĂcio da coleta pelo Inpe, para o perĂodo. E os nĂșmeros também são maiores do que o total observado em agosto de 2023. Em comparação direta com o mesmo mĂȘs, os focos de queimadas pelo paĂs dobraram — eram 28.056 no Ășltimo ano.
As queimadas não são o Ășnico fenômeno climĂĄtico ocorrendo no Brasil. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), o paĂs também enfrenta a maior seca desde 1950. A estiagem tem afetado, de acordo com o órgão, todo o paĂs, com exceção do Rio Grande do Sul.
Nas Ășltimas semanas, uma face mais visĂvel das queimadas e do clima seco atingiu parte do paĂs. Cidades ficaram encobertas por fumaças, que tiveram, segundo especialistas, origem em incĂȘndios florestais de regiões como a Amazônia e o Pantanal.