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Putin reitera suas exigĂȘncias para paz na Ucrânia em reunião com Orban criticada pela UE

Por Redação em 05/07/2024 às 23:58:11

O presidente russo, Vladimir Putin, reiterou nesta sexta-feira (5) ao primeiro-ministro hĂșngaro, Viktor Orban, que a Ucrânia deve abandonar as regiões que Moscou considera suas se quiser paz, em um encontro criticado pelos outros membros da União Europeia (UE) e por Kiev. O lĂ­der ultraconservador, que mantém laços estreitos com a RĂșssia, chegou a Moscou quatro dias após assumir a presidĂȘncia semestral da UE. Putin recebeu Orban no Kremlin e afirmou considerĂĄ-lo um representante da UE, embora esta tenha criticado a viagem e lembrado que o premiĂȘ hĂșngaro não tinha um mandato do bloco para visitar a RĂșssia. O secretĂĄrio-geral da Otan, da qual a Hungria também faz parte, disse que Orban o informou sobre sua viagem, mas enfatizou que não estava agindo como representante da aliança de defesa transatlântica. O presidente russo indicou que o encontro com Orban serviu para discutir as "possĂ­veis vias de resolução" do conflito na Ucrânia, onde a RĂșssia lançou uma ofensiva em fevereiro de 2022.

Na reunião, Putin reiterou que a ex-repĂșblica soviética deve abandonar quatro regiões do leste e sul que Moscou reivindica como suas próprias. "Estamos falando da retirada total de todas as tropas das RepĂșblicas Populares de Donetsk e Luhansk, e das regiões de Zaporizhzhia e Kherson", disse em declarações transmitidas pela televisão, após uma conversa com Orban que descreveu como "franca e Ăștil". O governante hĂșngaro reconheceu que hĂĄ "posições muito distantes" entre os dois lados e insistiu que ainda hĂĄ "muitos passos a serem dados" para "acabar com a guerra" e "estabelecer a paz". "Mas para restabelecer o diĂĄlogo, hoje foi dado o primeiro passo importante e eu continuarei esse trabalho", afirmou.

Orban "não representa a UE"

Antes de viajar para Moscou, Orban visitou Kiev na terça-feira, onde pediu ao presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que considerasse um "cessar-fogo" com a RĂșssia. Zelensky defende uma "paz justa" para a Ucrânia, e seu governo expressou que a viagem a Moscou não foi "coordenada" com Kiev. Os lĂ­deres da UE também criticaram Orban, de 61 anos, no poder desde 2010. Orban "não recebeu nenhum mandato do Conselho da UE para visitar Moscou", declarou o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell, reforçando que "o primeiro-ministro hĂșngaro não representa a UE de forma alguma". Borrell lembrou que a posição da UE sobre a RĂșssia, devido ao conflito na Ucrânia, "exclui os contatos oficiais entre a UE e o presidente" Putin. A titular da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lamentou a viagem e afirmou que o "apaziguamento" não impedirĂĄ Putin. VĂĄrios dirigentes da UE criticaram a visita a Putin, que é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por acusações de crimes de guerra durante a ofensiva na Ucrânia.

O bloco dos 27 paĂ­ses é contra a ofensiva militar lançada pela RĂșssia e impôs duras sanções contra Moscou. No entanto, o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, que sofreu uma tentativa de assassinato em maio, na qual levou quatro tiros, disse que teria "adorado" acompanhar Orban em Moscou "se [seu] estado de saĂșde o tivesse permitido". Os Estados Unidos também se declararam "preocupados" com a visita de Orban a Putin. Esta viagem "não farĂĄ avançar a causa da paz e é contraproducente para promover a soberania, a integridade territorial e a independĂȘncia da Ucrânia", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

Agenda europeia

Durante os seis meses que um paĂ­s exerce a presidĂȘncia rotativa do Conselho da UE, pode estabelecer temas prioritĂĄrios em sua agenda."Orban chegou a Moscou como parte de sua missão de paz", afirmou seu assessor de imprensa, Bertalan Havasi, à agĂȘncia nacional de notĂ­cias MTI. Em uma entrevista à rĂĄdio estatal hĂșngara nesta sexta, Orban alegou que a paz não pode ser alcançada sem um diĂĄlogo. "Se ficarmos apenas sentados em Bruxelas, não seremos capazes de nos aproximar da paz. É necessĂĄrio agir", afirmou o lĂ­der da extrema direita ao responder a uma pergunta sobre sua viagem à Ucrânia.

Esta é a primeira visita de um dirigente do bloco europeu à RĂșssia desde que o chefe do governo austrĂ­aco, Karl Nehammer, viajou para Moscou em abril de 2022 na tentativa de uma mediação. Orban e Putin se reuniram pela Ășltima vez em outubro de 2023 na China, onde discutiram a cooperação energética. O lĂ­der hĂșngaro critica o apoio da "elite tecnocrata de Bruxelas", onde estão sediadas as instituições europeias, ao ex-presidente americano Donald Trump e se mostra relutante em fornecer ajuda financeira à Ucrânia.


Fonte: JP

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