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LĂ­deres de paĂ­ses racham sobre menção a aborto em documento final

Por Redação em 14/06/2024 às 06:32:09

A CĂșpula do G7, na ItĂĄlia, entra no segundo e Ășltimo dia nesta sexta-feira (14) com uma controvérsia sobre a inclusão de uma menção ao direito ao aborto legal e seguro no documento final do encontro dos lĂ­deres dos paĂ­ses.

Joe Biden, Emmanuel Macron, Olaf Scholz e Justin Trudeau, os lĂ­deres dos Estados Unidos, França, Alemanha e CanadĂĄ, respectivamente, tentaram incluir a frase, e houve um conflito nos bastidores com a primeira-ministra da ItĂĄlia, Giorgia Meloni, que exigiu que se eliminasse esse trecho do texto.

A primeira-ministra italiana, contrĂĄria ao direito ao aborto, contou em uma biografia que, quando a própria mãe estava grĂĄvida dela, quase interrompeu a gravidez.

Em abril, o governo italiano deu permissão para que grupos antiaborto tentem convencer mulheres a não abortar dentro das clĂ­nicas especializadas no procedimento.

No encontro do G7 do ano passado, o documento final defendia o direito ao aborto seguro e legal. No entanto, neste ano, isso não deve acontecer pois a primeira-ministra Meloni insistiu para que a expressão seja excluĂ­da do texto, segundo autoridades ouvidas pela agĂȘncia de notĂ­cias Reuters e pelo "The Washington Post".

Diplomatas americanos, franceses, canadenses e alemães fizeram pressão para que a frase conste no texto. De acordo com o "Washington Post", Biden, que tenta se reeleger nos EUA neste ano e defende o direito ao aborto em sua campanha, ameaçou até mesmo não assinar o documento se a frase não for incluĂ­da.

Um diplomata disse à agĂȘncia Reuters que essa era uma questão que Meloni não abriria mão, então a expressão foi cortada e que provavelmente o texto final terĂĄ uma referĂȘncia apenas indireta, na qual os signatĂĄrios dizem que reiteram os princĂ­pios defendidos no documento do ano passado, mas sem explicitar isso em palavras.

Indiretas nas entrevistas

Macron, da França, falou a jornalistas sobre o tema. Ele disse que na França hĂĄ igualdade entre homens e mulheres, mas que essa "não é uma visão compartilhada por todos no espectro polĂ­tico".

Em entrevista a jornalistas, Meloni respondeu sem citar o nome do presidente francĂȘs. Ela falou que "é profundamente errado, em tempos difĂ­ceis como esses, fazer campanha (para eleições) usando um fórum importante como o G7" —foi uma insinuação sobre Macron, que no Ășltimo dia 9 de junho convocou eleições legislativas para a França nos dias 30 de junho e 7 de julho.

CĂșpula do G7

A CĂșpula do G7 começou na quinta-feira na ItĂĄlia, com a presença de lĂ­deres dos paĂ­ses-membros e convidados. O presidente Lula vai participar do encontro como convidado.

O principal tema da cĂșpula é a ajuda à Ucrânia, que estĂĄ em guerra contra a RĂșssia desde fevereiro de 2022 e pede ajuda ao Ocidente diante da escassez de recursos financeiros e militares. Antes do encontro, na noite de quarta-feira, os lĂ­deres do G7 fecharam um acordo para destinar à Ucrânia US$ 50 bilhões (cerca de R$ 270 bilhões) este ano respaldado em ativos russos congelados, segundo a PresidĂȘncia francesa.

A cĂșpula acontece em um momento de pressão aos lĂ­deres dos paĂ­ses do bloco após o avanço da extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu e as eleições nos EUA, França e Reino Unido.

Veja abaixo o que é o G7 os principais pontos sobre a reunião:

O que é o G7

O G7 é um bloco informal de democracias industrializadas que se reĂșne anualmente para discutir questões e preocupações compartilhadas.

Que paĂ­ses fazem parte do bloco

Fazem parte do G7 Estados Unidos, CanadĂĄ, Reino Unido, França, Alemanha, ItĂĄlia e Japão.

O Brasil participarĂĄ do encontro como convidado. Também são convidados o Papa Francisco, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

O que de importante estĂĄ sendo discutido

O grupo usarĂĄ a cĂșpula para discutir desafios relacionados à InteligĂȘncia Artificial, migração, o ressurgimento militar russo e poder econômico da China, entre outros tópicos. O apoio à Ucrânia na guerra contra a RĂșssia serĂĄ o principal tópico da reunião --os membros do G7 são aliados da Ucrânia.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e Zelensky vão assinar um acordo bilateral com o objetivo de enviar um sinal à RĂșssia sobre a determinação americana em apoiar o governo ucraniano, informou a Casa Branca.

"Queremos demonstrar que os EUA apoiam o povo da Ucrânia, que estamos ao lado deles e que continuaremos a ajudar a atender suas necessidades de segurança", disse o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, acrescentando que "este acordo mostrarĂĄ nossa determinação".

Jake Sullivan disse que o acordo não levarĂĄ ao posicionamento de tropas americanas diretamente na defesa da Ucrânia — esta é uma linha vermelha traçada por Biden, que teme ser puxado para um conflito direto entre as potĂȘncias nucleares.

A Ucrânia estĂĄ em guerra contra a RĂșssia desde 24 de fevereiro de 2022, quando tropas de Vladimir Putin invadiram o território ucraniano e lançaram uma ofensiva militar. Com os extensos combates, a guerra virou questão de sobrevivĂȘncia, quem consegue durar mais. Apoiado pelo Ocidente desde o inĂ­cio da guerra, a Ucrânia vem enfrentando uma escassez de recursos econômicos e militares e o presidente Zelensky pede aos aliados mais apoio. Em maio, a RĂșssia rompeu uma estagnação na guerra e estĂĄ em nova fase de ofensiva.

A Ucrânia e muitos de seus apoiadores tĂȘm pedido o confisco de US$ 260 bilhões (cerca de R$ 1,4 trilhões) em ativos russos congelados fora do paĂ­s após a invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022. Segundo oficiais europeus, havia dificuldades para costurar o confisco devido a preocupações legais e de estabilidade financeira, porque a maioria dos ativos russos congelados estĂĄ localizada na Europa.

Os US$ 50 bilhões (cerca de R$ 270 milhões) confirmados para a Ucrânia este ano terão como base esses ativos congelados na União Europeia e virão intermediados por empréstimos dos EUA a partir dos rendimentos deles — cerca de US$ 2,5 bilhões a US$ 3 bilhões anuais nas taxas de juros atuais.

Antes da reunião, os EUA aplicaram novas sanções econômicas à RĂșssia, em mais de 4.000 empresas e indivĂ­duos ligados ao paĂ­s.

Sobre a imigração, os EUA e outras nações do G7 estão lutando para gerenciar grandes influxos de migrantes que chegam por razões complicadas que incluem guerra, mudança climĂĄtica e seca. A migração e como as nações lidam com o nĂșmero crescente em suas fronteiras tem sido um fator impulsionando o aumento da extrema direita em algumas partes da Europa.

Qual é o cenĂĄrio atual

A cĂșpula, que começa na quinta-feira, acontecerĂĄ após partidos de extrema direita em paĂ­ses do continente europeu acumularem vitórias em seus respectivos paĂ­ses nas eleições do Parlamento Europeu, que finalizaram no Ășltimo final de semana.

Essas vitórias, juntamente com as eleições no Reino Unido, França e Estados Unidos, abalaram o establishment polĂ­tico global e adicionaram peso a esta cĂșpula.

"VocĂȘ ouve isso muito quando fala com oficiais dos EUA e da Europa: se não conseguirmos fazer isso agora, seja em relação à China, seja em relação aos ativos, podemos não ter outra chance", disse Josh Lipsky, diretor sĂȘnior do Centro de Geoeconomia do Conselho Atlântico, um think tank de assuntos internacionais. "Não sabemos como serĂĄ o mundo em trĂȘs meses, seis meses, nove meses a partir de agora."

A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni vai utilizar a CĂșpula do G7 como plataforma após a vitória de seu partido nas eleições do Parlamento Europeu na ItĂĄlia.

Fonte: G1

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