Após derrotas que expuseram a fragilidade da base do governo no Congresso, o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) comandou na manhã desta segunda-feira (3), no PalĂĄcio do Planalto, uma reunião com a equipe responsĂĄvel pela articulação polĂtica.
Lula reuniu o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, os lĂderes do governo e representantes da Casa Civil e do Ministério da Fazenda:
Randolfe Rodrigues (AP), lĂder do governo no Congresso;
Jaques Wagner (PT-BA), lĂder do governo no Senado;
José Guimarães (PT-CE), lĂder do governo na Câmara;
Miriam Belchior, secretĂĄria-executiva da Casa Civil;
Dario Durigan, secretĂĄrio-executivo da Fazenda.
Lula decidiu retomar esse formato de reunião após as derrotas da semana passada, quando deputados e senadores derrubaram vetos do presidente a projetos aprovados anteriormente pelo Congresso Nacional. Na sessão conjunta de deputados e senadores, houve:
derrubada do veto de Lula à lei que proĂbe as saidinhas de presos: os partidos com ministério deram 173 votos contra o governo, e 123 a favor;
manutenção do veto de Bolsonaro à criminalização das fake news eleitorais: 197 votos contra o governo Lula (manutenção do veto), e 125 a favor;
derrubada do veto de Lula a trecho da Lei de Diretrizes OrçamentĂĄrias (LDO) que tenta restringir gastos do governo que poderiam ofender valores conservadores: 124 votos a favor e 242 contra
Essas derrotas, com votos em massa de parlamentares de partidos com ministérios, levaram aliados de Lula a avaliar que é preciso ampliar o nĂșmero de siglas com espaço na articulação polĂtica, jĂĄ que a atual equipe é dominada pelo PT, partido do presidente.
Os resultados demonstraram que a base mais fiel ao governo tem pouco mais de cem deputados na Câmara, diagnóstico que Lula faz com frequĂȘncia em cerimônias.
Defensores do atual modelo de articulação argumentam que é natural a dificuldade nas pautas de costume, a exemplo do veto das saidinhas de presos, mas que o governo acumula vitórias na agenda econômica.