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TENTAIVA DE GOLPE

Ex-CGU atacou relatório sobre urnas em reunião com Bolsonaro, mas parecer atestou confiabilidade do sistema de votação


Foto: Reprodução internet

O ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, que estava na reunião de julho de 2022 com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e parte do primeiro escalão do governo, atacou um relatório que estava em andamento na CGU e que atestou a confiabilidade das urnas eletrônicas.

Na reunião, gravada em vídeo, o então chefe da CGU contou que recebeu o relatório e, apesar de dizer que não entendeu o conteúdo, afirmou que o documento estava "horrível".

"Presidente, um ponto importante. Vou concordar com o que general falou. Eu recebi o relatório da última fiscalização da CGU, e eu não tive coragem de olhar [...] Estava horrível, uma merda, não falava nada com nada. [...] . Por que que esse relatório não fala nada com nada? Não entendi nada", disse Rosário no encontro.

A gravação da reunião entre Bolsonaro e seus ministros se tornou um dos principais materiais de investigação da Polícia Federal sobre a tentativa de um golpe de Estado. O sigilo do vídeo foi retirado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A reunião ocorreu em 5 de julho de 2022, quando o relatório da CGU estava em andamento. O parecer foi finalizado em dezembro do mesmo ano.

A Bolsonaro, Rosário apontou questões técnicas como obstáculos do relatório, que seguia na direção de atestar a confiabilidade das urnas.

" Eu não entendi nada do relatório. (inaudível) A forma como foi montado não permite uma fiscalização propriamente dita. Vou dar um exemplo: o sistema que faz a segurança da urna ele está numa linguagem que na CGU não tenho nenhum especialista. Mesmo que eu queira auditar, eu não vou conseguir. Ele tem 20 milhões de linha de programação. São 20 milhões de linhas. Então imagina aí o tempo que a gente necessitaria para auditar isso. Talvez no meio dessas linhas tenha algum tipo de problema".

Apesar da fala do então ministro, nenhum problema foi apontado pelo relatório. O blog teve acesso ao parecer que estava em elaboração na data da reunião e ficou pronto em dezembro de 2022.

O parecer conclui que não há nenhum problema com as urnas: "No âmbito de atuação da CGU como entidade fiscalizadora, considerando o escopo de ação definido pela Controladoria e os instrumentos de fiscalização disponíveis na Resolução TSE nº 23.673/2021, não foram verificadas inconsistências no sistema eletrônico de votação entre as situações previstas e as verificadas pelas equipes".

A CGU tratou com normalidade o fato de sistema ter quase 20 milhões de linhas de códigos. "Os referidos sistemas são desenvolvidos em diversas linguagens de programação, incluindo linguagens em nível de máquina, totalizando quase 20 milhões de linhas de código", diz trecho do documento.

Segundo a atual gestão da CGU, o relatório não foi publicado e não teve transparência sob o comando de Rosário. A existência desse parecer só foi descoberta em 2023, na administração do ministro Vinicius de Carvalho, quando houve pedido de acesso ao documento via Lei de Acesso à Informação.

G1

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