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STF começa a julgar se casamentos de pessoas com mais de 70 anos devem ter regime de separação obrigatória de bens

Ministros ouvirão os argumentos dos advogados do caso e vão retomar a análise em momento posterior, em sessão ainda a ser marcada.

Por Redação em 18/10/2023 às 16:24:57
Foto: Reprodução internet

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Ministros ouvirão os argumentos dos advogados do caso e vão retomar a análise em momento posterior, em sessão ainda a ser marcada. O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta quarta-feira (18) se deve ser obrigatória a aplicação do regime de separação de bens em casamento de pessoas com mais de 70 anos.

A análise do caso começou sob um novo formato de julgamento, inaugurado nesta quarta-feira (18). Nesta nova modalidade, haverá um intervalo de tempo entre a apresentação dos argumentos dos advogados e os votos dos ministros (veja mais abaixo).

Na primeira parte da sessão desta quarta, cinco advogados que participam do caso apresentaram seus argumentos.

Casamento de idosos

O processo que começou a ser discutido na Corte questiona se é constitucional a determinação do Código Civil de que o casamento de pessoas com mais de 70 anos só pode ser feito pela separação obrigatória de bens. Por este regime, quando há divórcio, não há divisão de patrimônio entre o ex-casal.

Os advogados contrários à aplicação do artigo sustentam que ele viola princípios constitucionais, como o da dignidade da pessoa humana, a isonomia e da autonomia da vontade. Pontuam que houve uma mudança no cenário da sociedade brasileira, com a mudança do perfil demográfico da população.

Os representantes favoráveis à manutenção da regra sustentam que ela é compatível com a Constituição, que não há violações a direitos e que há casos em que é possível a intervenção do Direito na vida privada.

Novo sistema de julgamento

A nova forma de julgamento consiste na implantação de um intervalo de tempo entre a apresentação dos argumentos dos advogados e os votos dos ministros.

Assim, os representantes dos envolvidos no caso possam apresentar seus argumentos em uma sessão, e os votos dos ministros serão apresentados em um segundo momento, a ser marcado posteriormente. O intervalo estipulado poderá variar.

Com isso, os ministros teriam mais tempo para analisar os processos, debater entre si e até mudar posicionamentos, acompanhando entendimentos dos colegas.

Atualmente, em regra, os julgamentos de ações e recursos começam com as chamadas sustentações orais — as exposições de argumentos pelos advogados — e, na sequência, os ministros apresentam seus posicionamentos — que podem convergir num mesmo caminho ou divergir. O rito pode ocorrer na mesma sessão ou nas reuniões seguintes, quando não há mais tempo para prosseguir com as deliberações.

Ao iniciar a análise do caso, o presidente Luís Roberto Barroso falou sobre o novo sistema.

"Essa organização do julgamento permite que os diferentes argumentos e pontos de vista que serão apresentados oralmente, na sessão de hoje, possam ser considerados de forma mais aprofundada pelos ministros em seus votos e se possa ampliar o debate sobre o tema na sociedade antes da tomada de decisão pela Corte", pontuou.

"Na verdade, no modelo tradicional que nós adotamos, nós chegamos aqui no julgamento preparados para votar, já tendo estudado o processo e frequentemente com uma opinião já formada. Portanto, a experiência que nós estamos fazendo é ouvir as sustentações e manifestações dos advogados antes da formação da convicção, o que me parece ser uma experiência que vale a pena testarmos", completou.

Após a apresentação dos advogados, o ministro luiz Edson Fachin elogiou a medida e afirmou que ela "está se revelando bastante proveitosa e frutífera".

"Iniciamos o julgamento com dúvidas e interrogações cujas respostas vão ser buscadas não apenas nos autos, na revisita aos autos e no prestigiamento das sustentações orais, como tivemos aqui com elegância e firmeza, em sentidos opostos", declarou.

Fonte: G1

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