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Ex-braço-direito sempre dizia que itens recebidos eram personalíssimos – o que permitiria ao mandatário levá-los quando deixasse o cargo, afirma Marcelo Vieira, ex-chefe do gabinete de documentação histórica. Ex-chefe do Gabinete de Documentação Histórica conta que Cid consultava sobre presentesMauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tratava todos os presentes recebidos ao longo do governo como personalíssimos – ou seja, de propriedade privada do ex-presidente. Compartilhe no WhatsAppCompartilhe no TelegramA afirmação é do ex-chefe do gabinete de documentação histórica da Presidência da República, Marcelo da Silva Vieira, em entrevista exclusiva ao Estúdio i, da GloboNews."O Cid já chegava dizendo que aquilo era personalíssimo. E eu falava assim: 'pelo amor de Deus, isso não é personalíssimo", afirmou Vieira. "Passei quatro anos explicando isso para ele. E ele continuou. eu não sei se ele não entendia ou se entrava por um ouvido e saía pelo outro."Questionado sobre se Cid tinha uma visão distorcida sobre o que era personalíssimo ou não, Vieira se reserva a dizer que "ele tinha a interpretação dele". LEIA TAMBÉM: Jair Renan visitou e levou itens do acervo privado de Bolsonaro do Planalto, diz VieiraO que são itens personalíssimosDe acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), os itens personalíssimos são aqueles que o presidente pode usar enquanto está no cargo e pode levar consigo quando deixar o cargo. Normalmente, são itens de menor valor ou de consumo, como roupas, alimentos e perfumes.Joias têm que ser incorporadas ao acervo da União, o que não ocorreu no caso do Rolex e outras joias recebidas por Bolsonaro, segundo investigações da Polícia Federal que apuram suposto desvio de itens valiosos por Cid e outros aliados do ex-presidente da República.A lei também define regras para que os bens sejam colocados à venda: a União tem preferência de compra e precisa autorizar expressamente a comercialização.