Sob pressão, Zanin explica votos recentes no STF, criticados pelo PT e setores progressistas

Sob pressão, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez questão de explicar seus votos recentes, criticados por setores progressistas da sociedade e por integrantes do PT.

Segundo fontes ouvidas pelo blog, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem afirmado a pessoas próximas que não vai interferir ou cobrar Zanin.

O presidente atribui as críticas contra o ministro a uma suposta campanha contra a eventual indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga da ministra Rosa Weber no STF. A ministra se aposenta em setembro.

Nesse contexto, as críticas a Zanin, indicado por Lula em junho, seria uma forma de pressionar por um nome mais progressista na próxima indicação do presidente.

Uma demonstração de que o PT e a esquerda se engajaram na campanha ao novo nome que Lula escolherá ao Supremo foi a presença forte de ministros e políticos no lançamento, nesta terça-feira (29), de livro do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

Dantas e Messias são considerados hoje os mais fortes competidores para a vaga, apesar da pressão para que Lula indique uma mulher.

Explicações de Zanin

Um dos votos explicados por Zanin foi no caso em que o STF decidiu considerar atos de homofobia e transfobia como crime de injúria racial.

Zanin votou contra esse entendimento. Ele explicou que quem precisa tomar essa decisão é o Legislativo, e não o Judiciário.

Um outro processo era sobre a aplicação do princípio de insignificância, para o furto de homem condenado por afanar itens avaliados em R$ 100. Zanin manteve a condenação.

O ministro argumenta que o julgado era reincidente e que foi usada arma de fogo no crime.