Nas especulações sobre a entrada do Centrão no governo, dois ministros são cogitados para cederem seus lugares para parlamentares de Progressista e Republicanos: o da Defesa, José Mucio, e o do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Os dois dizem a interlocutores que estão felizes em seus postos, não cogitam mudar, mas destacam nas conversas que os cargos são do presidente Lula e ele pode solicitá-los a qualquer momento.
Alckmin gosta de ser ministro do MDIC. Múcio costuma dizer que foi convocado para uma missão e está feliz com ela, somente ela.
Nas conversas de interessados, fala-se em uma troca de Múcio por Alckmin, abrindo espaço no MDIC, com a ida do vice para Defesa, para remanejamentos e abertura de Portos e Aeroportos para o Centrão. Mas Alckmin não gostaria de sair. E, se sair, prefere voltar a ser somente vice-presidente.
Como fiel a Lula, pode colocar seu cargo à disposição do governo para ser uma solução para as negociações e não um entrave. Mas, dizem assessores de Lula, o presidente vai ter de compensá-lo, repassando mais atribuições a seu vice.
José Múcio costuma dizer a interlocutores que está em pleno cumprimento de uma missão delegada a ele pelo presidente e que, depois de cumpri-la, pretende voltar para casa. Mas lembra também que o cargo é do presidente. Os dois se dão bem desde os dois primeiros mandatos do petista.
O fato é que Lula já demonstrou, para insatisfação de seus assessores e aliados do Centrão, não ter pressa para decidir onde os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Rep-PE) serão alocados.
No Palácio do Planalto, como disse o ministro Rui Costa (Casa Civil) à colunista do g1 Andréia Sadi, trabalha-se com um prazo de dez dias.
Os lÃderes do governo no Congresso defendiam que as negociações com os partidos do Centrão fossem concluÃdas antes da volta dos trabalhos do Legislativo. O calendário, por sinal, era esse.
Mas agendas desencontradas e o presidente Lula não querendo trabalhar sob pressão levaram a um atraso nestas conversas. Com isso, o calendário de votações vai sofrer um atraso.
E o temor de lÃderes de Lula no Congresso é que essas negociações demorem ainda mais, o que é possÃvel, porque o formato final do acordo ainda não foi apresentado aos novos aliados, atrasando votações importantes como do novo marco fiscal e do projeto do Carf, além da reforma tributária e da Lei de Diretrizes Orçamentárias.