G1/MT
De acordo com a polícia, também foram bloqueadas casas e lotes em condomínios de luxo, além de fazendas no estado. Polícia Civil sequestra carros de luxo de investigados em operação em MTPolícia CivilA Polícia Civil cumpriu ordens judiciais, nesta sexta-feira (24), e sequestrou carros de luxo e imóveis avaliados em R$ 35 milhões de investigados por um esquema de fraudes e desvio de valores de empresas envolvidas na prestação de serviços médicos em hospitais de Mato Grosso. As buscas e apreensões fazem parte da segunda fase da Operação Espelho e foram cumpridas em seis municípios do estado.As ordens judiciais também incluem a proibição de novas contratações e da suspensão de contratos e pagamentos em vigência. As apreensões, sequestro e bloqueios foram cumpridos pela polícia em Alta floresta, Colíder, Cuiabá, Peixoto de Azevedo, Várzea Grande e Sinop.Foram sequestrados 36 veículos e bloqueados mais de 20 imóveis. Entre os veículos estão marcas de luxo, além de camionetes e outros automóveis de alto valor de mercado, segundo a polícia. Também foram bloqueadas casas e lotes em condomínios de luxo, além de fazendas no estado.Carro sequestrado pela Polícia Civil, nesta sexta-feira (24)Polícia CivilDe acordo com a Polícia Civil, as investigações começaram após a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) receber uma denúncia de que uma empresa contratada para fornecer médicos plantonistas para o Hospital Metropolitano em Várzea Grande, disponibilizaria um número de médicos inferior ao contratado.Investigadores da Deccor solicitaram ao hospital, a documentação contendo os registros das folhas de pontos dos plantões dos médicos fornecidos pela empresa. Segundo a polícia, com base na documentação, foram apontadas diversas irregularidades na execução dos contratos.Primeira faseHospital Metropolitano em Várzea GrandeChristiano Antonucci/Secom-MTA primeira fase da Operação Espelho, deflagrada em 2021 investigou fraudes e desvios de valores ocorridos no contrato de prestação de serviços médicos.Como desdobramento das investigações, a Polícia Civil apurou que a empresa contratada integrava um cartel de empresas dedicado a fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente, de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), no estado. Segundo a polícia, foram identificados contratos fraudulentos com hospitais municipais e regionais de Mato Grosso.Já na segunda fase, a polícia descobriu que, especialmente durante o período da pandemia da Covid-19, os investigados intensificaram as ações, aproveitando da fragilidade e desespero de gestores públicos que se viam obrigados a contratar com urgência e a qualquer preço, os serviços médicos de UTIs.Segundo a polícia, por meio das empresas, a organização criminosa simulava concorrência para a imposição de valores muito maiores que os praticados no mercado. Os serviços não eram fornecidos na forma contratada e, por vezes com consentimento dos agentes públicos fiscalizadores.A polícia disse que pacientes eram internados nas UTIs desnecessariamente, visando o aumento dos lucros.Os prejuízos apurados, até o momento, superam R$ 35 milhões, com potencial de aumento, conforme a investigação.A Deccor segue as investigações e o trabalho de apuração conta com a participação dos órgão estaduais. Foram determinadas judicialmente a realização de auditorias pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Controladoria Geral do Estado (CGE) em todas as licitações e contratos.